27 de janeiro de 2017

As delegacias dos Conselhos de Contabilidade devem funcionar em local próprio!

As delegacias dos Conselhos de Contabilidade auxiliam o Conselho na organização dos serviços de fiscalização profissional, de registro e no desenvolvimento da Educação Continuada.

Elas interagem também com os agentes econômicos e sociais (escolas, universidades, prefeituras, câmaras de vereadores, associações, sindicatos, judiciário e órgãos públicos em geral), na representação deste órgão com aqueles, praticando um relacionamento político-social em busca da valorização profissional.

Estes órgãos são uma extensão da autarquia pública federal, do Conselho, e, por exercerem uma atividade pública de interesse social e profissional, os seus delegados não deveriam exercer as suas atividades de “delegado do CRC” em seus escritórios particulares, mas deveriam ter um local próprio para isso.

Contador Salézio Dagostim
Presidente da Aprocon Contábil e da Aprocon Brasil


19 de janeiro de 2017

Os Conselhos de Contabilidade precisam ser reformulados

A contabilidade oferece à sociedade um conjunto de técnicas e procedimentos que possibilita proteger os recursos monetários do povo contra as falcatruas e desvios. Por isso, quem tem a intenção de desviar os recursos monetários das pessoas jurídicas evita dar credibilidade à contabilidade.

Para estes gestores, ela é um elemento complicador, que dificulta as suas ações, bem como os profissionais responsáveis pela operacionalização deste controle, que são os contadores, os quais não podem ser valorizados a fim de não dificultarem a sua agenda, que é desviar o dinheiro público. Assim estes agentes atuam, provocando o descrédito na contabilidade e deixando desprotegidos os seus profissionais.

É por este motivo que as entidades que foram criadas para dar proteção à contabilidade (conselho de fiscalização profissional), aos profissionais contábeis (sindicatos) e à sociedade (Tribunal de Contas) precisam ser reformuladas.

Se estes órgãos fossem mais atuantes, a sociedade certamente estaria mais protegida e a contabilidade e seus profissionais seriam mais valorizados e respeitados. Estaríamos, assim, atraindo mais jovens para o campo das Ciências Contábeis, pois todos os jovens sonham com um futuro promissor e querem ver na sua profissão o respeito e a valorização.

Entretanto, não se vê qualquer programa de televisão ou rádio enaltecendo o trabalho dos contadores e a importância da contabilidade, ou mesmo alguém dizer em público, com orgulho, que é estudante de Ciências Contábeis. Mas por que isto não acontece? Porque o Conselho de Contabilidade e os sindicatos dos profissionais contábeis não mostram interesse em ver a profissão e os profissionais valorizados.

O Conselho Federal de Contabilidade arrecada, por ano, mais de 50 milhões de reais dos profissionais contábeis. O que ele faz com esta fortuna? Basta um exame das contas do Conselho, para se ter uma ideia. São gastos com viagens, estadias, diárias; com realização de cursos, simpósios, seminários e congressos, sendo que estes eventos são pagos pelos profissionais, enquanto que a sua receita é desviada para outras entidades (particulares). São contratos milionários para desenvolver sistemas de informática; para contratar advogados (apesar de já haver advogados no quadro de funcionários), entre outros gastos.

Para que, então, desenvolver programas de valorização da profissão se o grupo que comanda o Conselho Federal está bem? Para este grupo, o importante é não perder a sua posição no comando da classe, mantendo-se, assim, também no controle dos gastos.

O Conselho de Contabilidade não se preocupa com o ensino da Ciência Contábil. O ensino contábil não está centrado nas necessidades do mercado e o Exame de Suficiência do CFC se destina mais a avaliar se o aluno decorou as suas resoluções do que se efetivamente entende de contabilidade e de suas causas e efeitos.

Além disso, a entidade não se preocupa com o controle das atividades contábeis, com quem são os responsáveis pela contabilidade dos agentes econômicos e sociais, o que provoca uma instabilidade funcional muito grande na categoria. Os gestores das pessoas jurídicas admitem e demitem seus contadores quando querem, basta que estes últimos discordem de seus procedimentos.

E, assim, segue a profissão contábil, sem prestígio social, mal remunerada e desrespeitada pela própria entidade que deveria estar cuidando dos seus interesses. Ainda bem que este ano haverá eleições para os conselhos de contabilidade. Espera-se que o sistema eleitoral que irá eleger os novos conselheiros estaduais seja definido pelas próprias chapas participantes, para que haja mais lisura e segurança nas eleições e que a vontade dos eleitores seja respeitada.