Recentemente,
foi publicado nas redes sociais um vídeo de autoria deste autor em repúdio à
atitude do Conselho de Contabilidade, da Fundação Brasileira de Contabilidade e
da Academia Brasileira de Ciências Contábeis de incentivar a realização do
curso de MBA em contabilidade para todas as profissões, e não apenas para os
profissionais contábeis, desrespeitando a lei do ensino e as prerrogativas da
profissão contábil.
Chamar
alguém de especialista em contabilidade sem que esta pessoa seja um
profissional contábil habilitado, considerando que os cursos de MBA ou de
especialização são voltados ao aperfeiçoamento do profissional em uma área
específica de atuação, é confundir os agentes econômicos e sociais e estimular
outras profissões a avançarem sobre o campo profissional dos contadores,
desvalorizando a formação contábil.
Aceitar
que profissionais de outras áreas façam o curso de MBA em contabilidade ou
promover isto de qualquer forma é pregar o exercício ilegal da profissão, uma
atitude que não poderia ser tomada pelas entidades que possuem a obrigação
legal de defender o campo profissional.
Quando
um estudante estuda contabilidade, medicina, engenharia ou qualquer outro curso
de profissão regulamentada, o que ele almeja é se formar para trabalhar na
profissão escolhida. Não é o curso de pós-graduação que habilita o estudante
para trabalhar em sua profissão, mas o curso de graduação. Se os profissionais
habilitados quiserem aprofundar os seus conhecimentos em suas áreas de atuação,
terão que fazer os cursos de pós-graduação para se especializarem em
determinada área de sua escolha.
O
curso de especialização aperfeiçoa o profissional graduado em uma área
específica da sua profissão. Tendo em vista que contabilidade, medicina,
engenharia e etc. são profissões com formação acadêmica regulamentada pelo MEC,
estes cursos de especialização não podem carregar o nome da profissão.
Da
mesma forma, devem informar a área a que se destinam, como, por exemplo, o
curso de especialização em auditoria e perícia deve trazer a informação sobre a
área de enfoque, se é medicina, engenharia ou contabilidade.
Se a
instituição de ensino lançar um curso de auditoria e perícia sem informar a
área de enfoque estará descumprindo a lei, enganando os alunos, além de estar
pregando o exercício ilegal da profissão, pois estas atividades já são
privativas de alguma profissão regulamentada.
Também
na contabilidade este curso foi lançado sem identificar a área de atuação,
tentando angariar alunos de outras profissões, desconsiderando a formação
contábil necessária para fazer o referido curso. Infelizmente, mais uma vez, o
Conselho de Contabilidade estava envolvido, pois quem desenvolvia o curso eram
membros ligados àquele órgão de fiscalização.
Este é
mais um dos motivos por que os profissionais contábeis precisam mudar
urgentemente o grupo que controla o Conselho de Contabilidade e implementar
mudanças importantes na forma de gerir a entidade, para resgatar a dignidade da
profissão e recuperar a autoestima do profissional.
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