28 de agosto de 2010

A Política e a Contabilidade

Os papéis da Contabilidade e da Política até certo ponto se confundem. Ambas têm por princípio conferir estabilidade à sociedade. Se a política institui mecanismos para materializar a vontade do povo, satisfazendo as suas necessidades, a Contabilidade, por sua vez, oferece as suas técnicas a fim de evitar que os recursos monetários pertencentes ao povo sejam desviados ou roubados.

A crítica que se faz aqui é a ausência de políticos com conhecimentos contábeis no Congresso Nacional.

Proteger os recursos públicos é um dever do Estado, bem como cuidar das pessoas jurídicas. O Estado não pode ficar à mercê da honestidade das pessoas para controlar os recursos públicos, mas deve implantar controles a fim de detectar, em qualquer momento, os desvios dos recursos e a corrupção. É aí que entram os conhecimentos contábeis, para propor esses controles.

Veja: Por que não implantar o regime de afetação na construção de bens para o Estado? Assim, todas as obras teriam contabilidade própria, com gestores independentes, e com direito de fiscalizar os contratantes desses serviços. Constatadas as irregularidades, o Contador responsável por essa obra encaminharia o seu relatório ao Tribunal de Contas para a tomada de decisão. Através desse procedimento, certamente, dificultar-se-ia a corrupção e as falcatruas.

Da mesma forma, é um dever do Estado proteger as pessoas jurídicas, já que são elas que geram emprego e renda. O Estado não deve apenas se preocupar em arrecadar tributos, mas tem que se preocupar também com os problemas das pessoas jurídicas. Se uma pessoa jurídica fecha as portas, quem sofre com isso são os trabalhadores, que perdem o seu trabalho. Então, quando uma empresa atrasa o pagamento dos tributos ou dos fornecedores é dever do Estado identificar qual foi o problema, para que isso não gere instabilidade social. O Estado poderia delegar aos contadores essa função, os quais agiriam no sentido de orientar e denunciar os seus problemas, para assim evitar o desemprego.

É, também, dever do Estado se preocupar com as técnicas usadas pela Contabilidade na apuração dos lucros das pessoas jurídicas passíveis de serem distribuídos aos seus donos. Distribuir lucros sem ter disponibilidade financeira pode pôr em risco a operacionalidade da empresa.

Dessa forma, se tivéssemos no Congresso políticos com conhecimentos contábeis certamente muitas coisas poderiam ser evitadas. A riqueza nacional ficaria mais protegida e o povo teria mais estabilidade no emprego e renda. Mudar o perfil dos políticos é um dever nosso, e que poderá se materializar ainda no curso deste ano, por ocasião das eleições, elegendo-se políticos que tenham conhecimentos para oferecer à sociedade, e não apenas boas intenções .