29 de outubro de 2010

Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca!

Por Arnaldo Jabor

Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida; Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza; Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade... Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
 
É coisa de gente otária. -Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.-Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
 
Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema.
 
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo. -Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência.
 
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
 
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
 
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo. Brasileiro é um povo honesto.
 
Mentira. - Já foi; hoje é uma qualidade em baixa. - Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
 
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça. 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. - Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente.
 
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.
 
O Brasil é um pais democrático. Mentira. Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
 
Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
 
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).
 
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.
 
Democracia isso? Pense! O famoso jeitinho brasileiro. Na minha opinião um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
 
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar. No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto...malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né? Grande coisa... O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950.
 
Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram... Brasil, o país do futuro!? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo. Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar...O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
 
Para finalizar tiro minha conclusão: O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!Só falta boa vontade,será que é tão difícil assim?

10 de outubro de 2010

Contabilidade ambiental: um assunto para reflexão

Em face da necessidade de um novo planejamento para a sociedade, que inclua medidas de proteção aos escassos recursos naturais do planeta e que promova uma melhor convivência entre as atividades econômicas do ser humano (de produção de bens e serviços necessários à sobrevivência) e o meio ambiente, tem surgido cada vez mais necessidade de controle e planejamento dessas atividades. A contabilidade enquanto ciência tem muito a oferecer nesse âmbito.

Esclarecendo essa questão, a Contabilidade Ambiental não se trata de uma nova contabilidade, mas de um conjunto de procedimentos técnicos utilizados pela contabilidade para registrar e informar os procedimentos de proteção ao meio ambiente adotados pela pessoa jurídica que desenvolve atividades que podem provocar danos ambientais. No Brasil, há apenas dois tipos de contabilidade: a contabilidade das pessoas jurídicas de direito privado e das de direito público. Através dos registros, a contabilidade gera informações que se refletem na demonstração patrimonial e na demonstração econômica, para que o contador analise e decida o que deve ser feito a fim de proteger esse patrimônio.

Uma pessoa jurídica é constituída para desenvolver determinada atividade. Se essa atividade provocar danos ao meio ambiente, o Estado, enquanto agente de defesa da sociedade, estabelece normas para evitar esses danos. As normas de proteção e de punição aos agentes que provocam danos ambientais estão previstas na Constituição Federal, no Código Civil, na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, no Código Florestal, na Lei de Política Nacional de Educação Ambiental, na Lei de Proteção à Fauna, e etc.

Assim, as pessoas jurídicas devem se ajustar a essas normas. É aí que entra em cena a Contabilidade Ambiental, sugerindo às empresas enquadradas nessas atividades de risco que abram na demonstração de resultados um centro de gastos, para identificar os recursos aplicados no combate a esses riscos; e, sugerindo, também, que sejam identificados na demonstração patrimonial os ativos imobilizados e os materiais em estoque que serão consumidos para esse fim. Tudo isso para que o contador possa fazer as suas análises e verificar se haverá diminuição de riscos financeiros futuros por incidentes ambientais; e para que ele possa fazer as análises de riscos para quem tiver interesse em aplicar recursos financeiros nesses empreendimentos.

É importante que o contador, ao se deparar com empresas que podem causar danos ao meio ambiente, se preocupe com alguns aspectos e verifique que providências a empresa está tomando ao assumir determinados riscos, e o que ela está fazendo para evitá-los.

Vamos tomar como exemplo o caso de uma empresa que constrói uma barragem (como poderia bem ser o de um curtume ou de empresas petrolíferas, entre outras). Nesse caso, é necessário que o contador averigue determinadas questões, como: O que a empresa está fazendo para evitar um possível incidente ambiental? Quais as obrigações futuras dessa atividade? O que pode acontecer se ocorrer alguma falha em sua execução, ou algum evento natural imprevisto? Quais as possíveis consequências disso? Essa empresa está retendo recursos financeiros para constituir reserva para pagar eventuais indenizações? Ou os lucros estão sendo distribuídos sem essa preocupação? Que consequência esse fato trará para a sociedade? A empresa está preparada para assumir esses riscos? Avaliando metodicamente essas questões, o contador poderá orientar os investidores se o seu capital está bem aplicado ou não; se essa empresa está fazendo as devidas provisões para garantir futuras indenizações, otimizando sua gestão ao mesmo tempo em que se previne quanto a riscos futuros, preocupando-se com sua responsabilidade social quanto ao meio ambiente.

Assim, a Contabilidade Ambiental procura conscientizar os operadores da contabilidade para prestar as melhores e mais completas informações sobre os gastos aplicados na proteção do meio ambiente. Dessa forma, à guisa de reflexão para os contadores, em seus trabalhos, é importante fazer análises desses riscos, de acordo com a atividade que cada empresa irá ou está desenvolvendo, seja no que tange aos seus ativos e passivos.