23 de setembro de 2015

22 de setembro, Dia do Contador: Um dia para reflexão

Há 70 anos atrás, em 22 de outubro de 1945, através do Decreto-Lei nº 7.988, foi criado o curso de Ciências Contábeis, com o objetivo de formar contadores.

A profissão de Contador se caracteriza por uma série de atividades que este profissional executa, que vão desde os registros e a elaboração das demonstrações contábeis até a sua atividade principal, que é a de “salvar” os agentes produtivos e sociais de suas crises, através do estudo dos elementos que formam o patrimônio, para, assim, dar viabilidade econômica, financeira e patrimonial a estes agentes.

O Contador também tem competência para deixar os donos dos agentes econômicos mais ricos ou mais pobres. Ele pode acobertar a corrupção, os desvios, as falcatruas, a sonegação e outros atos nocivos à organização social; e, ainda, alterar os índices econômicos e financeiros, e classificar um agente econômico com maior ou menor risco de solvência. Tudo isto é possível com uma simples mudança de critérios contábeis nos ajustes dos elementos patrimoniais destes agentes. É por isso que a profissão de Contador deveria ser protegida pelo Estado.

Este artigo visa provocar uma reflexão nos dirigentes das entidades que defendem os profissionais contadores e que protegem o seu campo de trabalho, bem como levantar os seguintes questionamentos: Por que o Conselho de Contabilidade e os sindicatos da profissão não exercem a sua responsabilidade social, participando de questões que interessam à sociedade, nos assuntos que dizem respeito ao campo de estudo e trabalho do Contador? Por que estas entidades não auxiliam o governo a resolver os seus problemas sociais? 

Por exemplo: Se o Estado do Rio Grande do Sul fosse uma empresa e você fosse o Contador desta empresa, você recomendaria o pagamento parcelado dos salários? Você recomendaria o aumento dos seus produtos (impostos) a fim de aumentar o caixa? Ora, certamente, você não recomendaria estas ações, porque, enquanto Contador, você sabe que, para o agente arrecadar mais, é preciso que ele venda mais, e que, para vender mais, é necessário que a população tenha dinheiro e que o preço do produto seja menor. 

E quanto ao país? Você recomendaria, para o Brasil sair da crise, o aumento dos insumos básicos da produção, dos impostos e dos juros? Com certeza, você não aconselharia aos gestores do país este tipo de conduta. Na Contabilidade, estas teorias de aumento do valor de insumos e de redução de consumo não são aplicadas para quem precisa crescer e produzir mais. 

Há cerca de 70 anos que a sociedade vem esperando que os contadores, através de suas entidades de classe, assumam uma postura mais participativa, auxiliando na solução dos problemas sociais, econômicos, financeiros e de controle do país. A reflexão de todos os profissionais e entidades contábeis sobre este tema é um passo importante na busca de alternativas para a construção de um país mais justo e melhor para todos. 

Parabéns pelos seus 70 anos de existência, Contador!      

Nenhum comentário:

Postar um comentário