18 de março de 2015

As entidades contábeis e o balanço da Petrobras

Temos acompanhado através da imprensa os comentários que envolvem o balanço da Petrobras em razão da Operação Lava Jato, e a consequente desvalorização do valor de suas ações na Bolsa de Valores. 

O que mais nos surpreende é que ninguém relacionado à Contabilidade se manifeste sobre o assunto. Estão todos calados como se o campo de estudo da Contabilidade não fosse da responsabilidade dos contadores.

Permanecem calados, além do Contador da Petrobras, também o Conselho Federal de Contabilidade, a Comissão de Valores Mobiliários e a auditoria independente da Companhia. Esta omissão cede espaço a uma especulação midiática desenfreada, que prejudica a Petrobras, os pequenos investidores e a economia brasileira como um todo. 

As entidades da Contabilidade e do mercado de capitais precisam, de comum acordo, e, em especial, o Conselho Federal de Contabilidade, que tem a função de editar as normas técnicas de Contabilidade, esclarecer à população que os desvios provocados na Petrobras não irão afetar, neste momento, o seu resultado econômico, o seu lucro, por não se caracterizarem como uma perda efetiva, uma vez que seus valores estão sendo recuperados.

Há que se esclarecer, ainda, que todos os desvios estão contabilizados nas rubricas que compõem o Ativo Imobilizado e que o valor destes aumentos indevidos está sendo apurado e sua exclusão gerará um ajuste a menos neste grupo. 

A contrapartida deste ajuste será registrada no grupo de Direitos Realizáveis - valores a recuperar, porque todos os valores desviados serão cobrados dos responsáveis (políticos, empresários, funcionários e dirigentes da Petrobras) através da indisponibilidade de seus bens, cujos processos de execução estão sendo abertos na justiça.

Por isso, a falta de esclarecimento técnico sobre estes ajustes e a não liberação do parecer da auditoria com ressalva vêm trazendo intranquilidade para toda a economia brasileira, colocando em risco, inclusive, o futuro da Petrobras. 

A ausência da participação de entidades como o Conselho Federal de Contabilidade e a CVM nesta questão, esclarecendo a sociedade sobre estes eventos do ponto de vista contábil, gera insegurança, prestando um verdadeiro desserviço para uma economia que precisa cada vez mais se desenvolver. 

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