27 de outubro de 2011

Para dificultar a corrupção

A independência do Brasil este ano foi marcada por uma série de manifestações contra a corrupção e a impunidade.

Na verdade, essas manifestações foram contra a forma como os Poderes da República trabalham, já que são eles que arrecadam, gastam, enfim, que administram os recursos públicos. O pior é que se houvesse vontade política de sanar esses problemas de parte de algum desses Poderes, nada disso aconteceria. Um Poder poderia controlar o outro.

Dito isso, infere-se que a corrupção, a malversação e os desvios dos recursos públicos são um efeito provocado pelo mau funcionamento dos Poderes do Estado.

Então, por onde começar a combater a corrupção, uma vez que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário não cumprem a sua função, em matéria de austeridade financeira, de controlá-la e extirpá-la?

Acreditamos que a corrupção tem seu começo no momento em que o candidato se propõe a representar a sociedade. Isso porque não basta o candidato ser competente, ter boas intenções, saber o que vai fazer. O que ele precisa é de recursos para conseguir os votos, para ser conhecido nas ruas, nos bairros, nas cidades. Atualmente, é a propaganda sobre a sua imagem que faz com que ele se torne conhecido, e não o seu plano de trabalho, ou as suas propostas. Para isso, ele precisa de muitas verbas, precisa fazer muitos “acordos”, se comprometer com muitas pessoas, entidades, etc. É por aí que começa a corrupção na política.

Como acabar com isso? Bem, para começar, precisamos de uma reforma política que altere o formato da propaganda eleitoral. A propaganda eleitoral veiculada pela mídia tradicional (tevê, rádio e jornal) deveria ser apenas do partido. Ou seja, seria o partido quem divulgaria as suas propostas. Quanto aos candidatos, estes somente poderiam fazer a sua propaganda através da internet ou comícios. Dessa forma, todos os eleitores receberiam um informativo, organizado por partidos, em que cada candidato se apresentaria, dizendo quem ele é, o que faz e o que pretende fazer em benefício da sociedade. Os eleitores, em suas casas, iriam, então, decidir em quem votar, lendo as propostas desses candidatos.

Mudando o foco da propaganda do indivíduo para o partido, eliminaríamos essa propaganda atual que privilegia quem já está inserido no sistema e possui visibilidade na mídia (tal como vimos ocorrer nas últimas eleições) em detrimento de candidatos com propostas que interessam à sociedade, mas com menos visibilidade midiática; propaganda essa que fomenta uma verdadeira indústria eleitoral por trás de cada candidato. Quem sabe, assim, tivéssemos um voto mais consciente e as coisas na política começassem a se modificar.

Em verdade, as coisas não são tão difíceis quando se tem vontade política de mudar. Nos questionamos se o Poder Legislativo proporia essas alterações. O que você acha?

Nenhum comentário:

Postar um comentário