26 de junho de 2014

Profissional contábil empregado

Fomos consultados sobre o que achamos da Resolução NBC PG CFC 300/14, que trata dos profissionais contábeis empregados.

Ao ler esta Resolução, ficamos ainda mais convencidos de que os colegas que compõem as entidades de classe, sindicatos e conselhos devem ser mais ativos e sair de sua zona de conforto em prol da profissão.

Os conselheiros dos conselhos regionais de Contabilidade não contestam as ações do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para não se indispor contra a entidade; os conselheiros do federal, que deveriam representar os conselhos regionais, não defendem as propostas dos últimos porque não foram eleitos pelos profissionais para estar no Conselho Federal; os sindicatos, por sua vez, não contestam os atos dos conselhos regionais e federal para não perder benefícios oferecidos por eles; e os profissionais contábeis se mantêm omissos, ou seja, não participam das ações dos sindicatos e dos conselhos para não se incomodar, com medo de represálias.

Assim, de forma viciosa, se perpetua esta relação confortável entre entidades e profissionais, em que ninguém sai de sua zona de conforto em defesa da Contabilidade. Desta forma, perde a profissão, perdem os profissionais e perde toda a sociedade. 

E o nosso Conselho Federal de Contabilidade, ao invés de apurar as responsabilidades contábeis dos escândalos divulgados pela mídia e de verificar as suas repercussões na sociedade, prefere se reunir para aprovar mais uma resolução que envergonha a profissão contábil. Determinar que o profissional, no exercício de sua função técnica, em situações em que já foram esgotadas todas as salvaguardas disponíveis e que não seja possível reduzir a ameaça a um nível aceitável, deve se desligar da organização empregadora (este mesmo profissional que sofre bullying no trabalho, que sofre pressão para agir de forma antiética) é um despropósito. Já vivenciamos muitos absurdos na profissão contábil, mas, diante desta resolução, nem Pôncio Pilatos lavaria as mãos.

Nós, contadores e técnicos em Contabilidade, gostaríamos de ter um Conselho de Contabilidade mais atuante na defesa da profissão, um Conselho que recomendasse ao profissional denunciar as irregularidades ao seu Conselho sempre que sofresse bullying no trabalho; e não de um Conselho que orienta o profissional a se demitir do cargo quando sofre pressão no exercício da sua profissão.

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